1. Regularidade das andaduras (passo, trote, galope):
- Franqueza
- Cadência e ritmo
- Dorso: elástico e descontraído
- Posto de mão: a atitude do cavalo posto na mão é descontraída, o pescoço é sustentado pelo cavalo sem rigidez, a nuca é o ponto mais alto, a cabeça é ligeiramente à frente da vertical. O posto de mão está intimamente ligado à submissão. O apoio das rédeas tensas deve ser franco, flexível e permanente. O apoio é a atenção dada pelo cavalo quando ele se ajusta às rédeas. É o segredo para se montar e ter o cavalo cedendo e obedecendo ao cavaleiro. O apoio é quando o cavalo passa a ter “obsessão” ao ponto fixo, encosta na mão e tenciona as rédeas, e o cavaleiro somente sustenta esta tensão, mantendo a mão leve.
- Transições: feitas com harmonia, leveza e facilidade de movimentos.
- Deturpações (erros e defeitos - mais adiante nesse artigo)
2. Impulsão:
- Qualidade primordial: vontade de se mover para frente
- Dorso elástico e atividade enérgica dos posteriores
- Capacidade de ampliar e diminuir a amplitude das andaduras
3. Submissão:
- Atenção, boa vontade e confiança
- Harmonia, leveza e facilidade na execução dos movimentos
- Maneira como aceita a embocadura: contato leve e nuca flexível
4. Retidão:
- Reto nas linhas retas
- Ajustado nas linhas curvas
Qualidades do cavalo no trabalho:
- Elasticidade: alongar e reunir sem reação
- Descontração: nuca, espádua, dorso, mão e posterior com desenvoltura
- Flexibilidade: com movimentos laterais, reunião e sensibilidade
- Confiança: em perfeito entendimento com o cavaleiro
- Atenção: demonstrando confiança no cavaleiro quando não há reação às ajudas
- Impulsão: vontade de se movimentar para frente
Defeitos do cavalo no trabalho:
- Cavalo encapotado: pesado na mão do cavaleiro.
- Cavalo debruçado: estica o pescoço e cai na espádua no alto e no passo livre.
- Cavalo que incensa à mão: dá uma bicada na mão e volta.
- Cavalo atrás da mão: pega o bridão e sacode, reage à ação da mão e reage ruidosamente.
- Cavalo acima da mão: eleva a cabeça para fugir da ação das rédeas. Não há enquadramento das ajudas.
- Cavalo invertido ou astrônomo: eleva a cabeça para cima e sempre age contrário à ação da mão.
- Precipitação: a precipitação é o problema ao solicitar o alongamento, ou seja, é o aumento da freqüência (da velocidade) ao invés da ampliação da andadura na mesma cadência.
- Sinais de nervosismo (ranger dos dentes, bater a boca, língua para fora)
- Movimentos irregulares
- Falta de impulsão
- Falta de submissão
- Falta de retidão
- Incorreções do posto na mão (problemas de apoio)
- Posição incorreta do cavaleiro (mão alta, mão baixa, torto na sela, desequilibrado, etc.)
Posição correta do cavaleiro no trabalho de solo:
- Sentado aprumado
- Rins e nádegas flexíveis
- Coxas e pernas fixas e bem descidas
- Alto do corpo à vontade, ombros abertos
- Desembaraçado e direito
- Mãos baixas e próximas (não se tocam e nem ao cavalo)
- Polegares como ponto mais alto (específico para o adestramento)
- Cotovelos e braços juntos ao corpo
- Cavaleiro acompanha os movimentos (todas as articulações devem estar flexíveis)
"Os cavalos precisam de trabalho e disciplina quando montados. Os cavaleiros precisam respeitar os limites do cavalo e precisam também ser regulares, quer dizer, repetir sempre as suas ações ao estarem montados. Isto é necessário para que seus cavalos possam entender o que seus cavaleiros ensinam a eles por meio do processo de repetição dos hábitos. Ações contraditórias dos cavaleiros geram reações no cavalo. Os cavaleiros não devem "bater-papo", se distraírem e agirem diferentemente durante o trabalho, pois isto deseduca o cavalo. Ao ter alguém montado, o cavalo está sempre atento a o que o cavaleiro está lhe ensinando. Para obter sucesso com cavalos, mesmo no salto, tem que ser “chato” nos detalhes das técnicas e dos hábitos.”
Fonte: CORONEL NIGRI. Curso para juiz de adestramento da Confereção Brasileira de Hipismo. 2008
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