sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Elementos a serem observados no treinamento de cavalos

1. Regularidade das andaduras (passo, trote, galope):
  • Franqueza
  • Cadência e ritmo
  • Dorso: elástico e descontraído
  • Posto de mão: a atitude do cavalo posto na mão é descontraída, o pescoço é sustentado pelo cavalo sem rigidez, a nuca é o ponto mais alto, a cabeça é ligeiramente à frente da vertical. O posto de mão está intimamente ligado à submissão. O apoio das rédeas tensas deve ser franco, flexível e permanente. O apoio é a atenção dada pelo cavalo quando ele se ajusta às rédeas. É o segredo para se montar e ter o cavalo cedendo e obedecendo ao cavaleiro. O apoio é quando o cavalo passa a ter “obsessão” ao ponto fixo, encosta na mão e tenciona as rédeas, e o cavaleiro somente sustenta esta tensão, mantendo a mão leve.
  • Transições: feitas com harmonia, leveza e facilidade de movimentos.
  • Deturpações (erros e defeitos - mais adiante nesse artigo)
2. Impulsão:
  • Qualidade primordial: vontade de se mover para frente
  • Dorso elástico e atividade enérgica dos posteriores
  • Capacidade de ampliar e diminuir a amplitude das andaduras
3. Submissão:
  • Atenção, boa vontade e confiança
  • Harmonia, leveza e facilidade na execução dos movimentos
  • Maneira como aceita a embocadura: contato leve e nuca flexível
4. Retidão:
  • Reto nas linhas retas
  • Ajustado nas linhas curvas
Qualidades do cavalo no trabalho:
  • Elasticidade: alongar e reunir sem reação
  • Descontração: nuca, espádua, dorso, mão e posterior com desenvoltura
  • Flexibilidade: com movimentos laterais, reunião e sensibilidade 
  • Confiança: em perfeito entendimento com o cavaleiro
  • Atenção: demonstrando confiança no cavaleiro quando não há reação às ajudas
  • Impulsão: vontade de se movimentar para frente
Defeitos do cavalo no trabalho:
  • Cavalo encapotado: pesado na mão do cavaleiro.
  • Cavalo debruçado: estica o pescoço e cai na espádua no alto e no passo livre.
  • Cavalo que incensa à mão: dá uma bicada na mão e volta.
  • Cavalo atrás da mão: pega o bridão e sacode, reage à ação da mão e reage ruidosamente.
  • Cavalo acima da mão: eleva a cabeça para fugir da ação das rédeas. Não há enquadramento das ajudas.
  • Cavalo invertido ou astrônomo: eleva a cabeça para cima e sempre age contrário à ação da mão.
  • Precipitação: a precipitação é o problema ao solicitar o alongamento, ou seja, é o aumento da freqüência (da velocidade) ao invés da ampliação da andadura na mesma cadência.
  • Sinais de nervosismo (ranger dos dentes, bater a boca, língua para fora)
Erros de base no trabalho:
  • Movimentos irregulares
  • Falta de impulsão
  • Falta de submissão
  • Falta de retidão
  • Incorreções do posto na mão (problemas de apoio)
  • Posição incorreta do cavaleiro (mão alta, mão baixa, torto na sela, desequilibrado, etc.)
Posição correta do cavaleiro no trabalho de solo:
  • Sentado aprumado
  • Rins e nádegas flexíveis
  • Coxas e pernas fixas e bem descidas
  • Alto do corpo à vontade, ombros abertos
  • Desembaraçado e direito
  • Mãos baixas e próximas (não se tocam e nem ao cavalo)
  • Polegares como ponto mais alto (específico para o adestramento)
  • Cotovelos e braços juntos ao corpo
  • Cavaleiro acompanha os movimentos (todas as articulações devem estar flexíveis)
"Os cavalos precisam de trabalho e disciplina quando montados. Os cavaleiros precisam respeitar os limites do cavalo e precisam também ser regulares, quer dizer, repetir sempre as suas ações ao estarem montados. Isto é necessário para que seus cavalos possam entender o que seus cavaleiros ensinam a eles por meio do processo de repetição dos hábitos. Ações contraditórias dos cavaleiros geram reações no cavalo. Os cavaleiros não devem "bater-papo", se distraírem e agirem diferentemente durante o trabalho, pois isto deseduca o cavalo. Ao ter alguém montado, o cavalo está sempre atento a o que o cavaleiro está lhe ensinando. Para obter sucesso com cavalos, mesmo no salto, tem que ser “chato” nos detalhes das técnicas e dos hábitos.”
Fonte: CORONEL NIGRI. Curso para juiz de adestramento da Confereção Brasileira de Hipismo. 2008

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