quarta-feira, 21 de maio de 2014

Trote com expressão

Lemos um artigo muito bom sobre como desenvolver um trote engajado, ativo, balançante e ritmado, intitulado “Classical training: catching energy, troting nine”, escrito por Sara Warne.

Segundo o artigo, é muito difícil conseguir um trote engajado, ativo, balançante e ritmado, pois requer bastante técnica, sensibilidade e equilíbrio por parte do cavaleiro para deixar que o cavalo tenha espaço para se movimentar livremente sob seu comando. 
Nas provas de adestramento, é preciso apresentar um trote ritmado e balançante, mas também mostrar a expressão de seu cavalo para conseguir notas boas dos juízes.

A autora fala sobre uma apresentação de Carl Hester em uma convenção de adestramento no Reino Unido, que debateu sobre o desempenho dos cavaleiros ao mostrarem o trote em provas de adestramento. Para ele, alguns cavaleiros conseguem ficar mais confortáveis e mostram um trote elástico e expressivo que os juízes gostam de ver, mas outros cavaleiros se sentem mais confortáveis no galope e, portanto, conseguem melhores notas nas figuras com galopes. Segundo ele, a Charlotte Dujardin é mestre em produzir o trote elástico e expressivo que vale nota nove ou até dez.

O desempenho brilhante dessa amazona não é somente sua habilidade para produzir e permitir o fluxo de energia no trote, mas também sua habilidade para pegar essa energia com a mão parada, que não deixa a energia ir embora e nem a bloqueia.
 Isso vem com grande sensibilidade e tenacidade. O cavaleiro precisa desenvolver a habilidade de sentir o cavalo fazer o balanço para cima; depois sentir até que ponto pode interferir com a mão; e depois regenerar mais e mais a energia para produzir um trote verdadeiramente expressivo.

A chave para criar um trote com expressão é encorajar a energia do cavalo e permitir que ela flua de trás para frente e para cima, passando simultaneamente pelo corpo do cavaleiro, com uma leveza e liberdade que só se adquire quando as duas partes (cavalo e cavaleiro) conseguem se unir como uma só. Para fazer isso, primeiro, é preciso estabelecer um trote relaxado, porque a energia não pode ser gerada com o dorso tenso, e nem conseguir fluir livremente se houver algo que a bloqueia. Então, é preciso incentivar o cavalo para que impulsione seus posteriores, ou seja, que ele proporcione o movimento para frente com os posteriores; e depois, com a mão bem parada, o cavaleiro vai conseguindo a energia ideal, sem bloqueá-la em nenhum momento (nem com o quadril, nem com as pernas e nem com as mãos).

Baseando-nos na apresentação de Carl Hester escrita no artigo, a seguir, demonstramos como um cavaleiro deve proceder para conseguir um trote de qualidade, ou seja, o trote expressivo, engajado, ativo, balançante e ritmado.

Um cavaleiro só pode trotar sentado somente depois que sentir que o cavalo está se movimentando livremente sob seu comando (junto com o cavaleiro). 
Se o cavalo estiver resistindo, faça o trote elevado. Se o cavalo relaxar e ceder, trote sentado. Se for resistir novamente, retorne ao trote elevado.

Ao trotar sentado, o cavaleiro costuma pedir mais reunião e mais impulsão, porém, normalmente ele não percebe porque não consegue atingir o trote expressivo. Se seu corpo ficar rígido após alguns lances de trote sentado, essa rigidez passa para o cavalo e ele se tornava tenso, e, consequentemente, ele perde o ritmo e o equilíbrio. 
 Então, se você sentir que está perdendo seu próprio relaxamento, é preciso voltar a trotar elevado e incentivar o cavalo a andar um pouco mais para frente, permitindo que ele se alongue na frente, mas tenha o cuidado para não deixar que ele não se alongue no posterior. É necessário que ele continue engajando os posteriores para baixo da massa e para cima, enquanto você recupera seu equilíbrio, sua elasticidade e seu relaxamento. Quando conseguir isso, tente trotar sentado novamente, deixando seu peso cair pelas pernas ao se sentar, e não deixar seu corpo se enrijecer. 


Muitos cavaleiros pedem constantemente mais energia de seus cavalos, mas a bloqueiam com suas mãos. 
Então, ao conseguir manter seu relaxamento no trote sentado, preste atenção de onde vem a energia e para onde ela está indo, além disso, verifique onde ela está se canalizando ou se está bloqueada por alguma parte de seu corpo. É assim que detectamos se temos um cavalo reto ou torto. A energia não flui livremente se estamos tortos ou se cavalo assim estiver. 
 Portanto, se sentir a energia vinda dos posteriores, é preciso canalizá-la para a direção certa.

No trote, a sensação proporcionada pela energia é de que há “molas nos pés” do cavalo. O movimento dele é como um balanço, com pequenos saltos para cima e não para frente. 
Quando sentimos o balanço para cima, precisamos aprender a não sufocar esse movimento e saber o momento certo para pedir mais.

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