Existem várias formas de abordar a aprendizagem e o treinamento esportivo, que controlam e aperfeiçoam o desempenho físico por meio da capacidade do cavaleiro em concentrar-se e controlar sua própria mente. Esta abordagem tem obtido muito sucesso em quase todas as modalidades esportivas, mas ela somente poderá trazer resultados se o cavaleiro tentar praticá-la sempre, ou seja, exercícios de concentração devem ser praticados consistentemente durante os treinos e não somente nas vésperas de uma competição.
A capacidade do cavaleiro em visualizar movimentos significa conseguir realizar os movimentos somente no interior da mente, com a frequência que desejar, sem exigir esforço desnecessário do cavalo. Se a concentração for direcionada e treinada cuidadosamente, o cavaleiro poderá conseguir grandes sucessos em se fechar para distrações e assim canalizar toda sua energia e habilidade para a tarefa a ser realizada.
Finalmente, uma atitude positiva ajuda a manter estável a postura emocional quando o cavaleiro cometer erros, e também a controlar o nervosismo. Isto porque o cavaleiro com pensamento positivo se mantém confiante de sua capacidade em realizar suas tarefas na equitação, em qualquer circunstância, em qualquer local do mundo em que estiver praticando seu esporte.
Esta abordagem ao treinamento esportivo não é somente a chave para o sucesso, mas também possibilita o cavaleiro a se divertir e sentir prazer ao praticar seu esporte.
Ao desenvolver a conscientização da formação, dos movimentos e limites do próprio corpo, o cavaleiro será capaz de sentir o movimento do cavalo com mais consciência e intensidade, conseguirá aprender a “ouvir” seus próprios sentidos e irá gradualmente depurar o uso das ajudas em uma sintonia perfeita com o cavalo e seu corpo.
Ao aprender a usar a mente para controlar e aprimorar os movimentos do corpo e se conscientizar da influência dos mesmos no cavalo, o cavaleiro será capaz de reconhecer e sentir o prazer do progresso esportivo, independentemente dos troféus conquistados em competições.
Fatores importantes para o treinamento mental:
- Relaxamento: ao se sentir sob pressão, stress ou medo, sobretudo em ocasiões competitivas, o corpo produz adrenalina causando tensão nervosa e muscular, e os sintomas típicos são suor, coração acelerado e pouca respiração. Para estas ocasiões, é necessário um relaxamento eficaz e confiável. O exercício de relaxamento mais indicado é o relaxamento dos ombros acompanhado de controle de respiração. Mas o mesmo só terá resultado positivo se for praticado sempre por um longo período de tempo.
- Sensibilidade corporal: a conscientização pronunciada e precisa do próprio corpo é especialmente importante para a equitação, pois é somente após alcançar um alto grau de sensibilidade é que será possível influenciar, e assim aprimorar, os passos do cavalo, melhorar os exercícios, as posturas do cavalo e do cavaleiro, o uso do acento e das ajudas.
- Concepção do movimento: mentalizar o movimento e como ele se desenvolve com a maior precisão possível, com a maior clareza possível, como se fosse real. Esta capacidade pode se desenvolver a tal extremo que o corpo reage em sintonia à imaginação, e consequentemente, faz com que o cavaleiro consiga realizar o movimento bastando apenas pensar nele.
- Concentração: a concentração deve ser praticada com o objetivo de excluir fatores ambientais ou raivas e emoções pessoais por todo o período de treino, todos os dias. Desta forma, o cavaleiro consegue treinar a si próprio para não se abalar ao cometer erros, e assim será capaz de se concentrar imediatamente e exclusivamente para o próximo exercício ou obstáculo.
- Pensamento positivo e autoconfiança: pensar positivamente e desenvolver uma autoconfiança saudável. O cavaleiro deve desenvolver a consciência do que é capaz – e ter um pouco de orgulho de sua capacidade. Isto ajuda o cavaleiro a acreditar em si para tentar realizar as coisas que “ainda” não é capaz de fazer. Os objetivos traçados pelo cavaleiro devem ser realistas em relação ao que é possível fazer de acordo com as circunstâncias existentes. Isto significa que o cavaleiro deve ser racional e autocrítico. Ele deve sempre planejar o que quer alcançar de maneira positiva: não ficar dizendo a si próprio o que não deve ser feito, mas sim, o que deve fazer – não o que é errado, mas sim, como fazer o que é correto.
Universidade de Heidelberg, Alemanha.
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